O empresário contou o que aconteceu com Ted e pediu desculpas à família do cão, em reunião da CPI presidida pelo deputado Daniel Donizet
O dono do hotel para pets, Luciomário Brandão, compareceu, nesta segunda-feira (18), na CPI de Maus-Tratos a Animais da Câmara Legislativa do DF, para depor sobre a morte do cachorro Ted. A reunião foi conduzida pelo presidente da comissão, o deputado da causa animal, Daniel Donizet (PL). O empresário admitiu que o pet morreu por erro dele e pediu desculpas à família.
Luciomário reafirmou a versão de que Ted foi atacado por um cachorro de porte maior. Disse que o pet escapou quando ele abriu o portão que divide os cães menores dos maiores. Declarou que prestou socorro, mas que o animal morreu logo depois. Ele admitiu ainda que o estabelecimento não tem nenhum médico-veterinário responsável, não possui câmeras de monitoramento e que ele mesmo atestou o falecimento do animal. O empresário disse que o cão que atacou é dele mesmo e afirmou que não se trata de um animal agressivo.
Quando questionado pelo deputado sobre os falsos depoimentos feitos anteriormente, o dono do hotel disse que teve medo de contar ao tutor do Ted o que havia acontecido: “Eu acabei me desesperando. Não tive coragem de falar que ele nunca mais ia ver o cachorro dele. Ele amava demais aquele cachorro. Foi um caso atípico, foi um erro meu que acabou em fatalidade”, declarou.
De acordo com Luciomário, que já foi indiciado pela Polícia Civil por falsa comunicação de crime e maus-tratos a animais, o Ted ficava no hotel há 7 anos e, anteriormente, nunca houve um incidente no local. Ele pediu desculpas aos tutores do cachorro pela fatalidade: “Tenho um sentimento de culpa muito grande. Peço desculpas à família do Ted pelo erro que eu cometi”, disse.
O deputado Daniel Donizet reforçou que locais que trabalham com animais precisam ter a infraestrutura correta para receber os pets com segurança: “Em estabelecimentos como hotel de pet, é preciso ter muito cuidado, ter muita responsabilidade, por estar lidando com vidas. É preciso seguir as normas técnicas de segurança, de higiene. A gente espera que o animal seja cuidado e seja devolvido bem e saudável para os tutores”, disse o distrital.
O relatório final da CPI será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça do DF. “O empresário deve responder por dois crimes. Que ele seja responsabilizado pelo que aconteceu e que sirva de lição para que esse tipo de incidente não se repita. Que não venha mais trazer dor para nenhuma família”, encerrou Daniel.